APRESENTAÇÃO
Entrevista a Jorge Bruce - versão reduzida
(Sociedad Peruana de Psicoanálisis - Peru).
Convidamos os colegas a participarem de Psicanálise a céu aberto, um fórum online que propõe pensar sobre o fazer do psicanalista em diferentes espaços.Pautados numa escuta coletiva e voltados aos núcleos da saúde e da cultura, pretendemos explorar temas que nos colocam em confronto com os fenômenos do mundo, ainda inusitados para nós.Os corpos da comunidade são seus territórios geográficos, repletos de especificidades e raízes culturais, terrenos onde cada subjetividade se constrói, onde o sujeito se vê diretamente marcado pelo lugar que habita. E, por sua vez, o psicanalista, implicado no seu lugar de pertinência, emerge do tecido social tramado pela miscigenação singular da América Latina.Na direção oposta de “levar a psicanálise” a outros lugares, “levar o saber”, tão frequente em nossos meios, o psicanalista é convocado a se deixar afetar pelo que lhe propõem novos territórios, pela época em que vive, pois é no encontro de diversas realidades que teremos a chance de revisar, criticar e reinventar a Psicanálise.
Tomando em consideração esses desafios da história e da cultura surge a necessidade de encontrar formas e linguagens apropriadas para a nossa inserção.Dentro ou fora dos consultórios, uma psicanálise a céu aberto exige pensar cada vez mais na especificidade do nosso ofício, em sua potência e nos seus limites.Participem neste debate online com seus comentários e compartilhem suas experiências com os colegas de toda a América Latina.
Invitamos a todos los colegas a participar de Psicoanálisis a cielo abierto, un fórum on-line actividad que propone pensar la praxis del psicoanalista en diversos espacios.Pautados en una escucha colectiva y con direccionamiento hacia los núcleos de la salud y la cultura, pretendemos explorar temas que nos confrontan con los fenómenos del mundo aún inusitados para nosotros.Los cuerpos de la comunidad son sus territorios geográficos repletos de especificidades y raíces culturales, terrenos donde se construye cada subjetividad, donde el sujeto es marcado de forma directa por el lugar que habita. Así como, por su vez, el psicoanalista implicado en su lugar de pertenencia emerge del tejido social entramado por el mestizaje singular de América Latina.En dirección opuesta a “llevar el psicoanálisis” a otros lugares, al famoso “llevar el saber” tan frecuente en muestro medio; en este caso, el psicoanalista es convocado a dejarse afectar por lo que le proponen los nuevos territorios y por la época en que vive, pues es en el encuentro de diversas realidades que tendremos la oportunidad de revisar, criticar y reinventar el psicoanálisis.Llevando en consideración estos desafíos de la historia y de la cultura surge la necesidad de encontrar formas y lenguajes apropiados para nuestra inserción.Dentro o fuera de los consultorios un psicoanálisis a cielo abierto exige pensar cada vez más en la especificidad de nuestro oficio, su potencia y sus límites.Participen con sus comentarios en este debate on-line y compartan sus experiencias con los colegas de toda América Latina.
ETAPA 1
INSTRUÇÕES | INSTRUCCIONES
Nesta etapa, você poderá assistir à íntegra da entrevista e conhecer a pauta sobre a qual a realizamos. Foram seis questões (abaixo descritas) e a participação em vídeo de Fernando Orduz.
En esta etapa, usted podrá ver la entrevista entera y conocer la pauta sobre la cual fue realizada. Para ese fin elaboramos seis preguntas (expuestas abajo) y contamos con la participación de Fernando Orduz a través de un video.
Entrevista a Jorge Bruce - íntegra
(Sociedad Peruana de Psicoanálisis - Peru)
Participação de Luis Fernando Orduz
(Sociedad Colombiana de Psicoanálisis)
1) Na
história do movimento psicanalítico, em algum momento, se perdeu a potência da
psicanálise como instrumento de diálogo e de reflexão com a cultura em
detrimento de uma perspectiva exclusiva do trabalho nos consultórios.
E observa-se o próprio trabalho clínico, muitas vezes, desvinculado
de uma concepção que leve em conta as raízes culturais do sujeito,
que não reconhece as questões sintomáticas de seu tempo. Como você vê essa
questão na produção e prática psicanalíticas?
2) Em
alguns de seus textos você trata sobre as possíveis especificidades da
psicanálise latino-americana, como por exemplo no seu artigo Psicanálise
Criolla. A cultura latino-americana faz surgir novas articulações no
pensamento psicanalítico?
3) No texto
de Roberto Tykanori Kinoshita, Intervenções
clínicas na comunidade: que
psicanálise é essa?, publicado no livro “A Psicanálise na tramas da Cidade”,
(2009, Casa do Psicólogo), o autor escreve que a ideia de comunidade é uma
abstração, pois é impossível termos a dimensão dos amplos espaços sociais,
culturais e psíquicos. Escreve o autor quando algo passa de mil, " Não
temos a percepção do que se trata. Não temos percepção com referência ao
nosso corpo desse tamanho". O termo "território" daria mais
conta dessa demarcação geográfica. Pensamos que a identidade da
comunidade ocorre no território geográfico a que pertence. Isso nos faz pensar
o corpo e nosso espaço geográfico, o corpo e o território do
psiquismo. Como você vê essa correlação corpo e território?
4) Ainda com base no texto
de Tykanori, ele tratou da questão de quão restrito é o nosso território
“vivido, operativo e vivenciado”. Você acredita ser possível para o
psicanalista, articular esse lugar de estar atento e poroso ao desconhecido e
“pluri-particular” de cada um desses territórios gigantescos, com o universo de
uma prática supostamente intimista, vivida numa dupla? Seria possível
pensar a dupla psicanálise-comunidade?
5) O
autor aponta a questão do interstício: "Além da segregação
espacial, existe uma segregação que é a questão da vivência, da
existência". As pessoas vivem no interstício, não tem acesso aos bens
culturais, ao sistema judiciário, ao sistema de saúde, a um conjunto de
coisas que compõem o mundo moderno. O psicanalista vive aonde? O que significa
trabalhar nesse território complicado? Não é simples dizer "Vamos
à periferia" nem trazer aos nossos centros de atendimentos
que pertence a outro território.
6) Uma discussão atual
no Brasil é o reaparecimento de forças e discursos conservadores e autoritários.
No Congresso Nacional, grupos conhecidos como “Bancada Evangélica” e “Bancada
da Bala”, trazem à tona questões como restrições aos direitos de minorias, caso
da comunidade LGBT, empecilhos à discussão de temas polêmicos, como a
descriminalização de drogas e aborto, ou propostas ditas autoritárias, como a
redução da maioridade penal. Muitos dos argumentos estão ancorados em
preconceitos ou preceitos religiosos. Do seu ponto de vista, o arsenal teórico
e a experiência prática da psicanálise com relação à subjetividade, poderia ser
melhor disponibilizada para a opinião pública, no sentido de ampliar reflexões
e amainar o obscurantismo? Institucionalmente, a IPA e suas sociedades teriam
alguma responsabilidade nesse processo?
1) A partir de algún momento, en la historia del
movimiento psicoanalítico, se perdió la potencia del psicoanálisis como
instrumento de diálogo y reflexión con la cultura en detrimento de una
perspectiva de trabajo exclusivo en los consultorios. Muchas veces se observa
que el trabajo clínico está desvinculado de una concepción que considere las
raíces culturales del sujeto, así como no se reconocen las cuestiones
sintomáticas de su tiempo. ¿Cómo ve usted esta cuestión en la producción y en
la práctica psicoanalítica?
2) En algunos textos usted aborda las posibles
especificidades del psicoanálisis latinoamericano como, por ejemplo, en su
artículo Psicoanálisis Criollo. ¿La cultura latinoamericana hace surgir nuevas
articulaciones en el pensamiento psicoanalítico?
3) Roberto Tykanori Kinoshita en su texto Intervenciones
clínicas en la comunidad: ¿qué psicoanálisis es ese?, publicado en el libro “El
psicoanálisis en las tramas de la ciudad” (2009, Casa del Psicólogo) dice que
la idea de comunidad es una abstracción ya que es imposible tener la dimensión
de los amplios espacios sociales, culturales y psíquicos. El citado autor dice
que cuando algo pasa de mil “No tenemos la percepción de qué se trata. No
tenemos percepción con referencia a nuestro cuerpo de ese tamaño”. El término
“territorio” sería más apropiado para dar cuenta de esa demarcación geográfica.
Pensamos que la identidad de la comunidad tiene lugar en el territorio
geográfico a la cual pertenece. Eso nos hace pensar el cuerpo y nuestro espacio
geográfico, el cuerpo y el territorio del psiquismo. ¿Cómo ve usted esa
correlación entre cuerpo y territorio?
4) En el mismo texto, Tykanori, trata la cuestión de
cuán restricto es nuestro territorio “vivido, operativo y vivenciado”. A usted ¿le
parece posible que el psicoanalista sea capaz de articular ese lugar de estar
atento y poroso a lo desconocido y “pluri-particular” de cada uno de esos
territorios gigantescos, con el universo de una práctica supuestamente
intimista, vivida en una dupla? ¿Es posible pensar la dupla
psicoanálisis-comunidad?
5) El citado autor apunta la cuestión del intersticio:
“más allá de la segregación espacial, existe una segregación que es la cuestión
de la vivencia, de la existencia.” Las personas viven en el intersticio, no
tienen acceso a los bienes culturales, al sistema judicial, al sistema de
salud, a un conjunto de cosas que componen el mundo moderno. ¿Dónde vive el
psicoanalista? ¿qué significa trabajar en ese territorio complicado? No es
simple decir “vamos a la periferia”, ni traer a nuestros centros de
atención lo que pertenece a otro territorio.
6) Una discusión actual en Brasil se ocupa del
resurgimiento de fuerzas y discursos conservadores y autoritarios. En el
Congreso Nacional grupos conocidos como “Grupo Evangélico” y “Grupo de la Bala”
traen a tono cuestiones como restricciones a los derechos de minorías, como en
el caso de la comunidad LGBT; diversas trabas a la discusión de temas polémicos
como la descriminalización de las drogas y el aborto; o propuestas autoritarias
como ser la reducción de la mayoridad penal. Muchos de sus argumentos están
anclados en preconceptos o preceptos religiosos. Para usted, el arsenal teórico
y la experiencia práctica del psicoanálisis con relación a la subjetividad ¿podrían
estar más disponibles para la opinión pública, en el sentido de ampliar
reflexiones y disminuir el obscurantismo? Institucionalmente, la IPA y sus
sociedades componentes ¿tendrían alguna responsabilidad en ese proceso?
Referência bibliográfica
Tanis, B., Khouri, M. (org). A psicanálise nas tramas da cidade. São
Paulo: Casa do Psicólogo, 2009, pp 195-200.